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Salomão Soares lança ‘Interior’, primeiro álbum solo

O disco que conta a minha história até aqui. Essa é a definição que Salomão Soares deu para Interior, seu primeiro álbum solo e que foi lançado na íntegra, nas plataformas digitais, no dia 27 de outubro. Interior tem a produção do selo Blaxtream e foi gravado e mixado por Thiago Monteiro.

O desafio de tocar sozinho foi encarado de maneira leve. “Esse trabalho é uma conversa com o meu interior, uma busca e também uma visita em toda minha história musical”, conta o músico paraibano. E completa, “Penso que o solo para o pianista é o que há de mais puro e singelo, é como subir completamente nu para tocar, sem interferências externas, então sempre será desafiador e novo.”

Com homenagens, referências e influências importantes em sua formação como ser humano e como músico, o disco tem sete composições e duas releituras de gênios brasileiros.

O disco abre com a autoral Caminho dos Ventos e em seguida, inspirado no escritor e importante artista da cultura nordestina, Ariano Suassuna, a composição Caboclinho Armorial.

 

 

Seu Soares e Dona Branca no Forró é uma homenagem aos pais de Salomão, que sempre foram aos bailes no interior da Paraíba e dançavam com o pianista, ainda pequeno, nos braços, entre eles. Vem deles, o gosto especial pela cultura e suingue da música nordestina.

A também autoral Grandes Sertões: Veredas é inspirada na obra do grande gênio brasileiro Guimarães Rosa. Fátima, um chorinho do Hermeto Pascoal, que foi gravado no álbum ao vivo em Montreux e Desafinado, de Tom Jobim e Newton Mendonça. As autorais Canto d’água, Janelas e Pássaros, completam o álbum.

Parabéns Salomão, lindo, muito bem tocado e bem interpretado, uma maravilha de disco! E justamente quando eu componho as músicas, eu imagino isso que você fez!”, escreveu Hermeto Pascoal ao ouvir esse trabalho.

Para o pianista André Mehmari, “Nessa rica cartografia do seu interior, através de um pianismo rico e colorido, Salomão nos convida a um passeio repleto de bom gosto harmônico e amor por nossa gigante cultura brasileira. Cultura essa que tem a sorte de ter Salomão como um de seus mais ativos defensores e modernistas ao teclado nos dias de hoje.

Outra importante impressão sobre o disco é da compositora e arranjadora Lea Freire. “Salomão Soares cria aqui uma forma nova de representação de ritmos brasileiros no piano, um Novo Piano Brasileiro que incorpora várias ideias percussivas em “levadas” sensacionais que remetem aos ritmos originais com precisão e sutileza.” E completa “tem aqui um lirismo encantador, simples e sofisticado, um carinho de rede balançando na varanda lá na Paraíba, onde nasceu, daí sua grande intimidade com os sons do sertão“.