Diogo Monzo, pianista, se parece com quê?
Wilson Garzon – Ano passado você lança seu primeiro cd instrumental, “Meu samba parece com quê?” Qual foi o conceito desse seu trabalho?
Diogo Monzo – Olá Wilson, esse Cd é meu segundo Cd. O primeiro foi os “Hinos Tradicionais Sob Uma Nova Concepção”, um Cd de piano solo gravado ao vivo em Barra do Piraí, RJ. O conceito do trabalho “Meu Samba Parece Com Quê?” foi de se fazer uma música direcionada para a liberdade de criação, o objetivo era criar. Todos os músicos ficaram livres para criar dentro da sua própria linguagem. Fato que acrescentou muito ao Cd. Não é um Cd meu, por assim dizer, mas é um pouco de cada músico que participou.
WG – Conte-nos sobre a produção do cd (tempo de gravação, mixagem, escolha dos músicos).
DM – A produção teve início quando cheguei a Brasília há 3 anos atrás. Foi um ano de muito estudo e pesquisa, nesse periodo eu comecei a escolher as músicas. Aos poucos eu fui me inserindo na cena musical de Brasília onde conheci os músicos Di Steffano, Hamilton Pinheiro, André Togni, Carlos Pial e Oswaldo Amorim, que gravaram no Cd. O Cd ainda contou com a participação do Rodrigo Ursaia, o único dos músicos que não mora em Brasília. Para a capa do Cd eu contei com a talentosa artista Renata Marinho. Após esse ano de estudo e pesquisa, o Cd ainda levou mais um ano para ficar pronto, totalizando assim dois anos para que o projeto fosse terminado.
WG – O repertório é composto por 9 músicas, sendo 6 de sua autoria. Descreva como elas foram criadas (inspiração, homenagem, etc…).
DM – Com a minha mudança para Brasília eu decidi iniciar um novo projeto, gravar um Cd. Eu comecei a partir das músicas que eu já tinha composto, e dessas escolhi apenas duas, “Segredos” e “Meu Samba Parece Com Quê” que veio a ser o nome do Cd. Essa mudança para Brasília representava um novo momento para mim, como é normal em toda mudança, sendo assim eu decidi compor três músicas em Brasília, que registram um pouco sobre essa nova fase que iniciei aqui e uma para a minha esposa.
WG – Porque as escolhas de “Samba de uma nota só” e “Escorregando”?
DM – As escolhas dessas músicas se deram em primeiro lugar pela admiração e respeito que tenho por esses dois grandes mestres da música brasileira. O segundo motivo é porque essas foram as primeiras músicas que eu aprendi dos respectivos compositores. Assim sendo essa é minha homenagem a eles.
WG – Como foi o lançamento e a repercussão crítica?
DM – O lançamento foi no dia 2 de maio de 2015 no Clube do Choro em Brasília, foi um momento de muita emoção, de muita alegria e de muita satisfação, o sentimento era de dever cumprido. A repercussão tem sido muito boa, por meio desse trabalho eu fui escolhido pelo site embrulhador como um dos melhores músicos brasileiros de 2015 e o Cd “Meu Samba Parece Com Quê?” está na audição do Prêmio da Música Brasileira deste ano. É sem dúvida o trabalho que mais tem me dado retorno e destaque.
WG – Como você analisa o cena de jazz em Brasília?
DM – Brasília é uma cidade muito artística e musical, aqui se encontram importantes instituições que desenvolvem a arte no País, em especial a música. A Escola de Música de Brasília, a Universidade de Brasília, o Clube do Choro, a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro entre outros. Com isso o Jazz está muito presente na cena musical da cidade. Por aqui passam grandes nomes da música e há na cidade grandes músicos que fazem do jazz um estilo presente na vida da cidade. Aqui também vivem grandes ouvintes e admiradores do Jazz, o que faz com que o Jazz esteja ainda mais presente na sociedade. É possível várias vezes em uma única semana assitir e ouvir Jazz de excelente qualidade.
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