Henrique Cazes e Rogério Caetano dedicam álbum a Waldir Azevedo
Augusto Pio, Estado de Minas, 12/02/2025
Homenagear Waldir Azevedo (1923-1980) é o objetivo do cavaquinista carioca Henrique Cazes e do violonista goiano Rogério Caetano com o álbum “Eterna melodia – Waldir Azevedo 100 anos” (Galeão). O repertório reúne 12 criações do mestre do cavaquinho, entre elas os clássicos “Pedacinhos do céu”, “Brasileirinho”, “Delicado” e “Carioquinha”.
O duo tocou livremente as composições, caprichando na improvisação. “Eu e Henrique fizemos alguns arranjos, a gente procurou manter a música de Waldir viva e trazê-la para o cenário atual da música brasileira, principalmente a instrumental”, diz Rogério Caetano.
Junção
Só os dois participaram das gravações, realizadas com violão de sete cordas de aço e cavaquinho. “Há a sonoridade que Henrique criou no cavaquinho e eu no violão. A junção dos dois instrumentos ficou interessante”, afirma.
O “lado B” de Waldir Azevedo também faz parte do repertório, caso das faixas “Paulistinha”, “Atrevido” e “Quintandinha”. Rogério explica que esses temas “representam o chorinho antigo, que estamos trazendo de volta”.
Gravado ao vivo em dezembro de 2023, o álbum sai agora porque a dupla teve de se dedicar antes a outros lançamentos. Tanto Caetano quanto Cazes têm forte relação com a obra de Waldir. Além disso, já haviam tocado juntos várias vezes.
“Fizemos apenas um primeiro encontro para definir o repertório”, relembra. A gravação ocorreu no Eco Som Estúdios, no Rio de Janeiro. “No dia, havia pelo menos 100 pessoas no estúdio. É um lugar que tem essa capacidade de público, onde a gravação é muito profissional”, conta Caetano.
Para o violonista, o choro está para o Brasil como o jazz está para os Estados Unidos.
“O chorinho é a nossa identidade, a nossa verdade musical mais pura, mais genuína. Waldir era um grande artista e estamos felizes de fazer esta homenagem. Meu coração está em festa, porque aos 7 anos já tocava algumas coisas dele, meu primeiro ídolo na música”, revela.
A obra multifacetada de Azevedo, diz Caetano, traz a riqueza melódica do choro, o balanço do samba, o acento dançante do baião, o vibrato à portuguesa e sotaques caribenhos.
Gravado ao vivo em dezembro de 2023, o álbum sai agora porque a dupla teve de se dedicar antes a outros lançamentos.
“Delicado” de Waldir Azevedo
“Carioquinha” – de Waldir Azevedo
“Paulistinha” de Waldir Azevedo
“Mágoas de um cavaquinho” – de Waldir Azevedo e Fernando Pires
“Quitandinha” – de Waldir Azevedo e Salvador Miceli
“Choro novo em dó” – de Waldir Azevedo
“Eterna melodia” = de Waldir Azevedo e Hamilton Costa
“Chorinho antigo” – de Waldir Azevedo
“Atrevido” – de Waldir Azevedo
“Vê se gostas” – de Waldir Azevedo e Otaviano Pitanga
“Pedacinhos do céu” – de Waldir Azevedo
“Brasileirinho” – de Waldir Azevedo