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Muito mais que um ‘5º Beatle’

Thiago Prata, jornal ‘O Tempo’, 24/07/2018

 

A expressão “quinto Beatle” foi difundida pela imprensa para designar personagens que foram de suma importância para a história dos Beatles, além dos quatro integrantes clássicos. Foi o caso, por exemplo, do produtor e arranjador da banda, George Martin. Utilizando-se dessa “máxima”, o Skank contou com o multi-instrumentista Chico Amaral, 61, como seu “quinto Beatle”, ou “quinto Skank”, como foi proliferado nos anos 90.

Mas ao mesmo que o termo surgiu como um elogio a uma figura-chave em composições do grupo mineiro, ele não condiz com outra realidade: a carreira de Amaral perpassa sua prolífica participação com o Skank, sim, mas também com direito a parcerias com Lô Borges, Milton Nascimento e Erasmo Carlos, e trabalhos solo, vide “Plural”, lançado neste ano. Parte dessa história será revisitada em uma série de concertos, intitulada “Chico Amaral Convida Seus Parceiros”, que se inicia nesta quinta-feira, ao lado de Ed Motta, no Centro Cultural Minas Tênis Clube, e vai até outubro.

Aliás, pouco antes de atender a reportagem no início da tarde desta segunda-feira (23), Chico Amaral se concentrava nos ensaios com Motta. “Vamos tocar meia dúzia de composições dessa parceria com o Ed, incluindo ‘Daqui pro Méier’, ‘Mágicas de um Charlatão’ e ‘Flores da Vida Real’”, sintetizou o compositor mineiro, cuja aliança forjada com o músico carioca ainda poderá render bons frutos. “Temos uma música inédita, chamada ‘Rosa de Areia’, na gaveta. Mas, por enquanto, não vamos mostrá-la”, completou.

Projetos
Além dessa série de shows, 2018 vem sendo bastante produtivo para Amaral sob outros aspectos. “Estou num projeto chamado MG Big Band, que está ficando cada vez mais consistente. E estou devendo uma letra para o Nivaldo Ornelas, meu mestre do saxofone. Minha vida é isso aí, tocar e estudar música. E se pintar convites será um prazer participar”, relatou ele, entusiasmado com seu mais recente disco solo.

É um disco de canções e parcerias. Toco guitarra, violão, piano, flauta e sax e também canto. O ‘Plural’ é um disco bem singular”, disse, em meio a risos, fazendo menção a outro trabalho de sua autoria, “Singular” (2007), e, em seguida, uma correção providencial.

“As pessoas têm dito que é meu segundo disco solo, mas na verdade é o quarto. O primeiro, na verdade, é um que fiz em parceria com Flávio Henrique (1968-2018), chamado ‘Livramento’ (2002). Depois fiz o ‘Singular’ (2007), que para muitos é o primeiro. O terceiro é ‘Província’ (2012), em que gravo músicas de artistas como Milton e Tavinho Moura. E só depois vem o ‘Plural’”, afirmou.

Artista elege suas favoritas com o Skank

O tema Skank não poderia ficar de fora de uma entrevista com Chico Amaral. Desafiado pela reportagem a listar quais suas composições favoritas com a banda, declarou: “‘Três Lados’, ‘Canção Noturna’, que é uma parceria minha com o (baixista) Lelo Zaneti, ‘Te Ver’, ‘Garota Nacional’… É difícil apontar algumas”, disse Amaral, que também falou sobre o título de “quinto Beatle” que recebeu.

“É um elogio, mas acho que não era para tanto. O George Martin, ‘o quinto Beatle’, era um grande arranjador e produtor. Eu apenas dei uma contribuição ao Skank, que sempre foi uma banda maravilhosa”, declarou.

Ed Motta

Quando: Quinta-feira, 26/07, às 21h00
Quanto: R$ 40,00e R$ 20,00 (meia)
O Ed é um craque, um ótimo músico, compositor e arranjador. Continuo gostando muito das canções em parceria com ele”.

 

Marina Machado e Affonsinho

Quando: 27/09
Quanto: R$ 40 e R$ 20,00 (meia)
Nunca fiz música com a Marina, mas fiz música para todos os discos dela. E o Affosinho é meu parceiro, com quem fiz muitas canções”.

 

Samuel Rosa

Quando: 18/10
Quanto: R$ 40 e R$ 20,00 (meia)
O Samuel foi quem me deu esse reconhecimento nacional. Tenho essa gratidão com o Skank. Se sou conhecido no Sul e no Nordeste é por conta da banda”.

Leo Gandelman

Quando: 15/08
Quanto: R$ 40 e R$ 20,00 (meia)
Leo sempre me deu muita moral, é um cara generoso. Não sou parceiro dele (nas composições), então combinamos em mesclar o repertório com obras de ambos.