O Brasil perde um de seus maiores gênios musicais: Laércio de Freitas
Morre o maestro Laércio de Freitas, ‘divisor de águas’ para o choro
FolhaPress, 05/07/2024
Apaixonado pela música popular, o paulista de formação erudita trabalhou com João Donato, Elza Soares, Maria Bethânia e Erasmo Carlos. Ele tinha 83 anos.
Morreu no início da tarde desta sexta-feira (5/7), em São Paulo, o maestro, pianista, compositor, arranjador e ator Laércio de Freitas, célebre pelo seu trabalho na MPB ao lado de nomes como Elza Soares, Erasmo Carlos, Marcos Valle e Maria Bethânia. Ele tinha 83 anos. Segundo a família, a morte se deu por causas naturais.
Seu primeiro disco solo é de 1972, “Laércio de Freitas e o som roceiro“, e foi cultuado pela sonoridade ousada. A ele se seguiram “São Paulo no balanço do choro”, de 1980, e “Terna saudade”, de 1988.
Entre outros CDs, lançou “Laércio de Freitas homenageia Jacob do Bandolim”, com o violonista Alessandro Penezzi, que relê 13 composições de Jacob do Bandolim. Freitas atuou, ao longo da carreira, como arranjador junto à Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, a Osesp, e à Banda Mantiqueira. O músico deixa as filhas Thalma e Tricia, a esposa, empresária e produtora Piki de Freitas, além de três netos.
Morre Laércio de Freitas, pianista
Após se apresentar em países da Europa e da Ásia, ligou-se aos músicos da bossa nova. Entrou para o Tamba Trio que acompanhava cantores da bossa nova. Tocou também com grandes nomes da música brasileira como Maria Bethânia, Ângela Maria, Marcos Valle e Emílio Santiago.
Lançou seu primeiro álbum em 1972, Laércio de Freitas e o Som Roceiro. No ano seguinte, participou do lendário álbum Quem é Quem, de João Donato. Participou ainda da Orquestra Tabajara, liderada pelo músico Severino Araújo, uma das mais tradicionais do País e do projeto Um Piano Ao Cair da Tarde, da Rádio Eldorado
O ‘Tio”, como Laércio era carinhosamente chamado pelos amigos, também teve forte influência no choro, no jazz e na música moderna brasileira. Em 2003, participou da novela Mulheres Apaixonadas, de Manoel Carlos, no papel do músico Ataulfo. O personagem fazia parte do conjunto do Téo, interpretado pelo ator Tony Ramos. Eles animavam as noites do fictício Nick Bar.