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O Brasil perde um de seus maiores gênios musicais: Laércio de Freitas

 

Morre o maestro Laércio de Freitas, ‘divisor de águas’ para o choro

FolhaPress, 05/07/2024

Apaixonado pela música popular, o paulista de formação erudita trabalhou com João Donato, Elza Soares, Maria Bethânia e Erasmo Carlos. Ele tinha 83 anos.

Morreu no início da tarde desta sexta-feira (5/7), em São Paulo, o maestro, pianista, compositor, arranjador e ator Laércio de Freitas, célebre pelo seu trabalho na MPB ao lado de nomes como Elza Soares, Erasmo Carlos, Marcos Valle e Maria Bethânia. Ele tinha 83 anos. Segundo a família, a morte se deu por causas naturais.

De formação erudita, Freitas “caiu no popular”, conta o amigo Helton Altman, dizendo que o músico foi “um divisor de águas incontestável” para o gênero musical do choro. “Ele chegou ao ponto de transformar o choro, maior música instrumental brasileira“, diz Altman.
Nascido em 1941, em Campinas, Laércio se formou em piano pelo Conservatório Carlos Gomes e construiu sua carreira como compositor e arranjador de discos como “Quem é quem” de João Donato, “Clara Nunes” e “Elza Soares”, de 1973, e “Contraste” de Jards Macalé. Ele ainda trabalhou com Ângela Maria, Wilson Simonal, Ivan Lins, Martinho da Vila e Emilio Santiago.
Pai da atriz e cantora Thalma de Freitas, trabalhou também com os grupos dos maestros Radamés Gnatalli, Severino Araújo e fez parte do Tamba 4 substituindo Luis Eça no terceiro disco do grupo.

Seu primeiro disco solo é de 1972, “Laércio de Freitas e o som roceiro“, e foi cultuado pela sonoridade ousada. A ele se seguiram “São Paulo no balanço do choro”, de 1980, e “Terna saudade”, de 1988.

Entre outros CDs, lançou “Laércio de Freitas homenageia Jacob do Bandolim”, com o violonista Alessandro Penezzi, que relê 13 composições de Jacob do Bandolim. Freitas atuou, ao longo da carreira, como arranjador junto à Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, a Osesp, e à Banda Mantiqueira. O músico deixa as filhas Thalma e Tricia, a esposa, empresária e produtora Piki de Freitas, além de três netos.

 

Morre Laércio de Freitas, pianista

Daniel Casaletti, Estadão, 05/07/2024
Morreu na tarde desta sexta-feira, 5, o pianista e maestro Laércio de Freitas, aos 83 anos. O músico estava em sua casa, em São Paulo, e morreu dormindo, segundo informações de sua filha, a atriz e cantora Thalma de Freitas. Freitas, que nasceu em Campinas, no interior de São Paulo, começou a carreira no início dos anos 60, depois que se formou no Conservatório Carlos Gomes.

Após se apresentar em países da Europa e da Ásia, ligou-se aos músicos da bossa nova. Entrou para o Tamba Trio que acompanhava cantores da bossa nova. Tocou também com grandes nomes da música brasileira como Maria Bethânia, Ângela Maria, Marcos Valle e Emílio Santiago.

Lançou seu primeiro álbum em 1972, Laércio de Freitas e o Som Roceiro. No ano seguinte, participou do lendário álbum Quem é Quem, de João Donato. Participou ainda da Orquestra Tabajara, liderada pelo músico Severino Araújo, uma das mais tradicionais do País e do projeto Um Piano Ao Cair da Tarde, da Rádio Eldorado

O ‘Tio”, como Laércio era carinhosamente chamado pelos amigos, também teve forte influência no choro, no jazz e na música moderna brasileira. Em 2003, participou da novela Mulheres Apaixonadas, de Manoel Carlos, no papel do músico Ataulfo. O personagem fazia parte do conjunto do Téo, interpretado pelo ator Tony Ramos. Eles animavam as noites do fictício Nick Bar.