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Trio Corrente – Volume 3, com a palavra, Fábio Torres

O Trio Corrente, formado por Fábio Torres (piano), Paulo Paulelli (baixo) e Edu Ribeiro (bateria), criou um som original ao longo desses onze anos, tanto na interpretação dos clássicos do choro e da MPB, quanto na execução de repertório autoral. O trio gravou seu primeiro álbum, Corrente (2005) e em 2011, o gravou o seu segundo álbum, Volume 2. Em 2013, com Paquito D’Rivera, o álbum Song For Maura ganhou o Grammy e em 2014 o Latin Grammy. Agora, em 2016, o trio está lançando o Volume 3. Nessa entrevista ao site Clube de Jazz, o pianista Fábio Torres nos apresenta o CD, além de contar algumas coisas sobre o trio.

 

Trio Corrente Montagem

Wilson Garzon – Como seu o seu encontro com o Paulo Paulelli e o Edu Ribeiro? Quanto tempo levou para ser formado o trio Corrente?
Fábio Torres – Conheci Paulelli e Edu em ocasiões distintas e logo vi neles parceiros musicais pra uma vida toda. Mais ou menos “amor à primeira nota”, rs.. Eu tinha 26 anos e o Paulelli, 23, era 1997, quando toquei com ele numa boate em Pinheiros. Foi lindo e anos depois, em 1999, trouxe ele pra tocar na banda da cantora Rosa Passos.

O Edu, conheci quando ele tinha 21 anos, em 1996. Tocamos juntos em eventos e logo resolvemos montar um trabalho. Daí para o Trio Corrente foi uma consequência natural, levados pela afinidade musical. Foi em 2001 que nos juntamos os três pela primeira vez num bar em São Paulo. Desde então nos aproximamos cada vez mais.

WG – A opção por clássicos da música brasileira era uma das bases conceituais do trio?
FT – A escolha por standards brasileiros, pelo repertório dos mestres como Pixinguinha, Jobim, Jacob do Bandolim e Dominguinhos, foi natural. Queríamos mostrar essas músicas que amávamos tanto do nosso jeito, com nossos arranjos. Quando o produtor japonês, Guennoshin, nos convidou a gravar o primeiro CD, em 2003, ele pediu pra gravarmos muitas músicas conhecidas para o público do Japão. Esse pedido veio ao encontro do que já tocávamos.

WG – O segundo CD do trio só sai em 2011. Porque tanto tempo de espera? Vocês trabalhavam em trio e/ou desenvolviam projetos pessoais durante o período?
FT – No começo, tudo andou devagar no Trio: gravamos o primeiro CD em 2003 e só conseguimos lançar em 2005. Após esse primeiro trabalho, cada um de nós gravou seu próprio CD autoral, projetos que levamos em paralelo ao trio. Foi só em 2011 que nos organizamos pra lançar o VOL2.

WG – Dois anos atrás vocês ganharam dois Grammys por ‘Song for Maura’ com Paquito, vocês lançam o terceiro CD do grupo. Durante esse período aumentou bastante a carreira internacional  do trio (shows, festivais)?
FT – Sim, a visibilidade aumentou e tocamos no Japão, Coréia, Espanha, França, EUA entre outros lugares. O trabalho com Paquito nos levou a lugares de bastante repercussão.

WG – Vocês acabam de lançar o ‘Volume 3’ do Trio Corrente. Que novidades em termos de repertório e interpretação dos temas estão presentes nesse CD?
FT – Esse CD é uma evolução dos anteriores. Não mudamos o conceito, a estética. Queríamos gravar um CD do trio pra mostrar o amadurecimento do trabalho após tanto tempo tocando juntos. Gravamos Pixinguinha, Jobim, Chico Buarque, Caymmi e também nossas composições. Pessoalmente, sinto o som deste CD muito bem resolvido: dos arranjos à execução, passando pela parte técnica.

WG – Como está a agenda de shows do lançamento do CD? E em relação à repercussão crítica, que matérias devem ser destacadas?
FT – Há críticas muito positivas como as que recemos de Zuza Homem de Mello e Amilton Godoy, o pianista do Zimbo Trio. Vamos no início de julho tocar num Festival na África do Sul e em setembro faremos um concerto com a Orquestra Jazz Sinfônica na Sala São Paulo. Também vamos à BH e outras capitais estão sendo agendadas.

WG – Podemos esperar uma quarta edição do trio? Que outros projetos estão no ar (dvd, p. ex,)?
FT – Falo em caráter pessoal. Gostaria de fazer um CD totalmente autoral, com Rhodes e Baixo Elétrico. Um CD numa onda “Power Trio”. Mas isso é idéia minha, ainda precisamos sentar e definir o novo projeto. Por ora estamos curtindo o lançamento do CD novo.