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Emerson Arsy: Aberto a todos os Ensaios

Nas terras capixabas aportam músicos de alta linhagem, como o carioca Bruno Santos, o acreano Chico Chagas e o mineiro Wanderson Lopez. E quem também está por lá há dez anos é o guitarrista fluminense Emerson Arsy.  Seis anos após de lançar o primeiro cd, Emerson nos apresenta seu segundo trabalho: “Ensaio Aberto com Emerson Arsy – Ao vivo“. Aqui, o talentoso guitarrista nos concede, com exclusividade, essa entrevista.

Wilson Garzon – Quando você decidiu pela guitarra? Nasceu numa família musical?
Emerson Arsy – Fui criado na Igreja Batista no subúrbio da Baixada Fluminense, meu avô paterno era Pastor, e me encantei pelo violão que via sendo usado no louvor na igreja. O violão foi meu primeiro instrumento, migrar pra guitarra foi consequências da modernização na liturgia de culto na igreja a qual eu fazia parte!! Instrumentista não existia na minha família até então; meu tio era regente do coral da igreja.

WG – Quando o jazz bateu à tua porta? Cursar nos Estados Unidos foi a sequência natural da sua evolução como músico?
EA – Quando fui ter aulas com meu primeiro professor, David Sicon, eu conheci e me encantei pela música instrumental, que era muito forte na década de 80/90 no RJ. Mas o jazz eu conheci através do luthier Eliezer D’Lara, que foi quem me viabilizou a ter a primeira guitarra. E consequentemente, me induziu a ir ao CIGAM, onde entre outros, tive aulas com o Nelson Faria e o Yan Guest. Nos Estados Unidos eu tive a oportunidade de me graduar na LACM – Los Angeles College of Music.

WG – Em 2013, você lança seu primeiro trabalho autoral: “Emerson Arsy Grupo“. Ele representou uma síntese do seu trabalho até então? Que músicos fizeram parte do Grupo?
EA – Sim era exatamente o que eu imaginava como a minha verdade. Os músicos foram: Rafael Castilho(teclados), Josué Lopes (sax), Valmir Bessa (bateria) e Wagner Vianna (contrabaixo).


WG –
Agora, você acaba de lançar seu segundo trabalho “Ensaio Aberto com Emerson Arsy – Ao vivo“. Depois de seis anos, ele representa uma nova etapa na sua carreira como músico?
EA – Sim. Este disco está disponível nas plataformas digitais desde primeiro de setembro. Ele representa exatamente o que quero passar com a minha musica; ou seja, fazer música com a influência do que vivi até então, mais autêntica. Seria um resumo de tudo que tenho vivido, tocado, admirado, segundo a minha ótica.

WG – Nele, você escalou um quarteto. Os músicos que fizeram parte das gravações tocam com você regularmente? Porque escolheu o sax de Roger Rocha para dividir o protagonismo nos solos?
EA – Sim, um quarteto. Em abril, eu, o Filipe Dias (baixo) e o Gabriel Ruy (bateria), seguimos na estrada fazendo shows e amadurecendo esse repertório; a partir de agosto, entraram o baixista Jean Ferreira (fruto do projeto Vale Música, menino de 18 anos, mas parece ter 80 de tão maduro, e tem colocado minha música num outro nível), e o Dhyego Damasceno (bateria), que também casou perfeitamente com o baixista.

O Roger Rocha é tipo como se fosse um Irmão de Som; desde 2009, quando vim pra Vitoria/ES, após voltar de Los Angeles. Temos tocado muito o meu trabalho e ele consegue reproduzir o que gosto de ouvir do sax-tenor (meu instrumento de sopro favorito), além de que, na minha humilde opinião, ele é o melhor Saxofonista na atualidade. Eu adoro ouví-lo tocar, acho até que esse disco é mais dele que meu… ele simplesmente arrazou nos temas solos…nussss...


WG –
O cd é composto por seis peças autorais. Elas foram criadas para esse cd? Conte-nos um pouco sobre o processo de criação de cada uma delas.
EA – Sim, as seis composições são minhas; elas não foram feitas pra esse cd, foi acontecendo. Em geral, minhas composições, a partir de quando são tocadas pela primeira vez, vão sofrendo mutações. Eu demoro a achar a melhor forma e estrutura, andamento, arranjo, então vou experimentando… Tocamos esse mês de agosto no Vitoria Jazz & Blues Festival, fizemos 3 ensaios e além das do disco, essas já não tem como mudar por enquanto, as outras a cada ensaio eu chegava trocando as Partes, com ideias novas….. mas isso é o que eu acredito em a música ser Viva.

WG – Como foi o processo de gravação e mixagem?
EA – Foi o mas orgânico possível. Depois de fechar as músicas, fizemos 3 ensaios e 4 shows e no dia 04 de julho entramos no Studio às 10 da manhã e às dez da noite o disco estava todo gravado. Não houve overdub; se não gostávamos de faixa, gravávamos ela novamente. Na indecisão entre a performance e a música, sempre ganhou a música e não o melhor solo. Daí, como foi tudo muito bem captado pelo Seba Duran, um argentino que vive em Vitória, o Roger Rocha, em um dia mixou, mandou pra mim, eu ouvi, corrigimos alguns detalhes e ele masterizou…

Roger Rocha (sax), Jean Ferreira (baixo) e Gabriel Ruy (bateria).

WG – Porque a escolha de não lançar o cd físico? Como está o processo de divulgação? Shows e/ou festivais agendados?
EA – Por hora, o cd não está disponível em arquivo físico, só nas plataformas digitais. Até agora, eu e minha esposa Joseline vínhamos cuidando da divulgação. Mas como a nossa intenção é viajar, fazer shows, festivais, dentro e fora do nosso estado e país, colocamos a divulgação na mão de uma assessora de impressa, a jornalista Márcia Almeida, então ela esta cuidando de agendar toda parte de divulgação imprensa e tal…

A nossa Agenda está com o seguinte calendário:
18/09 – Gravação do Programa: Eu sou o Samba TVE
25/09 – Don Aguilar PUB em Vila Velha
28/09 – El Libertador Pub
07/10 – Espirito Jazz (toco no aniversario do Clube da Música)
de 09 a 30/10 estarei em viajem para os EUA, na área de New York, divulgando o cd em algumas rádios brasileiras, realizando Master Class em algumas Igrejas da Comunidade Brasileira e um show a confirma ainda em CT.
Em  novembro estarei de volta. Ai, terei um festival de Jazz em Pedra Azul (a confirmar), e o Lançamento Oficial do CD que estamos ainda definindo o Local, uma vez que é um evento com nossa produção.

WG – Como você analisa o atual cenário da música instrumental capixaba? Quais seus próximos projetos?
EA – Então, no ES apesar de existirem muitos espaços pra música instrumental, muitos projetos, os pubs e jazzclubs recebem bem esse seguimento, e muitos festivais acontecem por aqui, acredito que precisamos criar uma cena, com mais envolvimento dos músicos, onde possamos encarar como nossa música mesmo….Mas ai é questão de empreendedorismo, é um assunto delicado, mas posso dizer que a terra aqui é fértil!!!

 

LINKS

https://www.youtube.com/user/emersonarsy