O “Swing’n’Jive” da Happy Feet Jazz Band
Estado de MInas, 19/12/2016
O trompetista Marcelo Costa garante: o baile desta segunda-feira será animado. É assim, em clima de festa e com muita dança, que o grupo mineiro Happy Feet Jazz Band vai lançar o disco Swing ‘n’ jive na casa de shows A Autêntica, na Savassi.
Com oito anos de estrada, a banda criada em BH se empenha em divulgar o repertório jazzístico: faz shows, promove anualmente o festival I Love Jazz, na Praça do Papa, e se apresenta em festas e casamentos. Formar público é missão prazerosa, diz Marcelo. O trompetista destaca que esse gênero musical é arte popular, descartando a aura de “difícil” e “erudito” geralmente associada a ele.
A Happy Feet vem conquistando fãs com o jazz difundido nos EUA entre as décadas de 1930 a 1950. Em seu novo disco, o grupo destaca um subgênero do estilo: o jive. “Ele surgiu por volta dos anos 1940/1950, um pouco antes do rock. É muito dançante, uma espécie de antecessor daquele som de Elvis Presley”, explica Marcelo Costa.
Trata-se de uma “ponte” entre o jazz e o rock. Os americanos Louis Jordan (1908-1975) e Louis Prima (1910-1978) foram dois expoentes do jive. A banda mineira também se dedica à música de Louis Armstrong, Nat King Cole, Bing Crosby, Ella Fitzgerald, Billie Holiday e Duke Ellington, entre outros.
DANÇA
Esta noite, bailarinos do grupo BeHoppers estarão na pista d’Autêntica, mas não apenas para exibir as coreografias lindy hop que vêm conquistando fãs. Eles prometem pôr todo mundo para dançar, ensinando passos básicos a quem quiser aprendê-los.
Aliás, a casa tem se transformado em animado salão durante os ensaios abertos que a Happy Feet faz por lá. Com entrada franca, o “treino” dos músicos já garantiu noites animadas para muita gente. “É difícil parar de tocar, porque a gente ama essa música e o pessoal se empolga também”, conta Marcelo Costa.
O estilo jive se incorporou naturalmente ao repertório da Happy Feet, pois está entre as preferências dos fãs do jazz tradicional. A banda também pesquisou antigos temas e canções, explica Marcelo. Só o acervo particular do trompetista reúne cerca de 3 mil álbuns – de MP3 a discos de 78 rotações. Não se trata de música que toca no rádio ou na TV, daí a importância do trabalho de resgate desempenhado pelo grupo mineiro. Inclusive, a Happy Feet tem se tornado referência nacional no setor.
INDEPENDENTE
Produção independente, o disco Swing ‘n’ jive foi gravado no Estúdio Acústico, em Belo Horizonte. Conta com dois convidados especiais: o trombonista Bill Allred, que tocou com Ray Charles, e o saxofonista Mike Hashim. Os dois americanos vieram à capital mineira participar do Festival I Love Jazz, evento organizado por Marcelo Costa.
O repertório do novo CD aposta no ecletismo, oferecendo um pouco do que a banda tocou em seus shows este ano. Ícones do século 20, Beatles e Frank Sinatra ganharam pot-pourris à moda Happy Feet. O quarteto de Liverpool comparece com Ticket to tide, Got to get you into my life e Get back, enquanto Blue Eyes empresta You make me feel so young, Fly me to the moon e The lady is a tramp à Happy Feet.
Representantes do jive, claro, também estão lá: Should I (de Inacio Herb Brown e Arthur Freed), I can’t believe that you’re in love with me (de Jimmy McHugh e Clarence Gaskill) e Jump, jive an’wail (de Louis Primma).
A banda reúne Chon Tai Yeung (voz), Marcelo Costa (trompete e voz), Fred Natalino (piano), Yan Vasconcelos (contrabaixo) e Bo Hilbert (bateria). A saxofonista e cantora Fernanda Rabelo se juntou a eles nesse novo projeto. O grupo lançou os álbuns Blues in the night (2009), Jingle jazz (2011) e Happy Feet Big Band (2013).
HAPPY FEET JAZZ BAND
Show de lançamento do CD Swing’n’jive.
19/12, a partir das 20h00.
Local: A Autêntica, Rua Alagoas, 1.172 – Savassi,
Tel.: (31) 3654-9251.
Ingressos: R$ 10,00. O CD será vendido no local a R$ 30,00.
