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Passado Presente: 40 anos de carreira de Lelo Nazário

O compositor e pianista Lelo Nazario celebra aniversário de 40 anos de seu primeiro trabalho solo com um show que reuniu uma seleção de músicas apenas de seus discos individuais. Realizado no Festival Sesc Jazz em 2022 e gravado ao vivo, o show deu origem ao álbum Passado Presente, que faz um passeio pelo repertório de seus discos individuais. Aclamado ícone da vanguarda, Lelo criou um estilo que foge aos padrões convencionais, fundou o lendário Grupo Um e lançou mais de 20 álbuns autorais.

Passado Presente traça um panorama do amplo universo musical do artista, que abrange desde o jazz contemporâneo até a música erudita de vanguarda, incluindo o gênero eletro acústico. Permeando todos estes elementos estão os gêneros afro-brasileiros que trazem uma grande riqueza para toda esta mistura.

 

 

ROTEIRO DO SHOW

 


Africasiamerica (2006)
1. Perplex City 
6. Solúvel em Água 
Nesse disco, Lelo usou recursos modernos de síntese eletrônica e técnicas de gravação menos usuais para criar bases sobre as quais outros elementos da composição são inseridos, um trabalho minucioso com timbres eletrônicos, enriquecidos com a interação e a criatividade dos músicos. O álbum foi considerado um dos 10 melhores cds instrumentais do ano pela Annual Jazz Station Poll.

Se (1987)
2. Valsa Cromática (“Se…”)
5. Se… (“Se…”)
“Se…”, de 1987, combina jazz moderno e linguagem eletroacústica. Contando com a colaboração de colegas da banda de Hermeto Pascoal, do Grupo Um e do Pau Brasil, o álbum se tornou um marco da música contemporânea brasileira, não só pela originalidade da música, mas também pela excepcional performance de todo o time de músicos.

Discurso aos Objetos/Balada Unidimensional (1984)
3. Discurso aos Objetos
O gosto pelas linguagens contemporâneas se estendeu a Discurso aos Objetos/Balada Unidimensional, disco que traz apenas peças eletroacústicas que se tornou um cult entre os fãs. Lançado em 1984, após A Flor de Plástico Incinerada, do Grupo Um, o álbum é pioneiro  no uso de inovações tecnológicas da época e por registrar a primeira obra para violão e sons eletrônicos escrita por um compositor brasileiro.

Simples (1998)
4. A Dança de Alix
Em Simples, de 1998, Lelo reuniu composições mais jazzísticas, dedicadas a músicos como Clare Fischer, Denny Zeitlin, Daniel Goyonne e Roger Kellaway, mas sempre imprimindo seu próprio estilo e linguagem. O título do álbum serve como provocação, pois contrasta com as estruturas harmônicas muito complexas e sofisticadas e as inesperadas justaposições melódicas dos temas.

 

 

Lágrima/Sursolide Suite (1982)
7. Sursolide Suite: cinco cenas em Berlim
Junto ao seu trabalho no grupo, que fundou ao lado do irmão Zé Eduardo Nazario, Lelo mergulhou fundo na música erudita contemporânea com Lágrima/Sursolide Suite, seu primeiro álbum solo. Lançado em 1982, entre o surgimento de Marcha sobre a Cidade e Reflexões sobre a Crise do Desejo, do Grupo Um, o álbum inaugurou o selo Lira Instrumental, um projeto do Lira Paulistana voltado à criação instrumental avançada.

Projeto MI2 – Mais Independente Impossível (2019)
8. Cinco Cantos
O sincretismo musical entre vanguarda, jazz contemporâneo e gêneros afro-brasileiros que Lelo vem construindo ao longo da carreira pode ser ouvido especialmente em Projeto MI² – Mais Independente Impossível, de 2019. Aqui, convivem de obras eletroacústicas puras e uma peça contemporânea para flautas até composições jazzísticas e outras inspiradas em ritmos tradicionais, como o maracatu, todas alinhavadas pelas linguagens de vanguarda e tecnologias de ponta. O álbum tem produção artesanal, da gravação ao corte de cada CD, sempre com altíssima qualidade.

9. Moto Imperpétuo (inédita)

 

FICHA TÉCNICA

Todas as composições são de Lelo Nazário.

Lelo Nazario – teclados, piano preparado, sons eletrônicos
Zeca Assumpção – baixo acústico
Rodolfo Stroeter – baixo acústico e elétrico
Teco Cardoso – saxes, flautas
Nenê – bateria

 

 

LELO NAZÁRIO: BIO – SÍNTESE

Um dos compositores mais originais do jazz brasileiro, Lelo sempre esteve na linha de frente da vanguarda, na qual se baseou para criar um estilo único e inconfundível. Foi pioneiro em introduzir a música eletroacústica na música instrumental brasileira, combinando sons pré-gravados com instrumentos tradicionais já na década de 1970.

Seus experimentos apareceram primeiro nos álbuns do Grupo Um, considerado pela crítica um dos conjuntos mais audaciosos e avançados já surgidos no Brasil. Junto ao seu trabalho no grupo, que fundou ao lado do irmão Zé Eduardo Nazario, Lelo mergulhou fundo na música erudita contemporânea com Lágrima/Sursolide Suite, seu primeiro álbum solo. Lançado em 1982, entre o surgimento de Marcha sobre a Cidade e Reflexões sobre a Crise do Desejo, do Grupo Um, o álbum inaugurou o selo Lira Instrumental, um projeto do Lira Paulistana voltado à criação instrumental avançada.

O gosto pelas linguagens contemporâneas se estendeu a Discurso aos Objetos/Balada Unidimensional, disco que traz apenas peças eletroacústicas que se tornou um cult entre os fãs. Lançado em 1984, após A Flor de Plástico Incinerada, do Grupo Um, o álbum é pioneiro no uso de inovações tecnológicas da época e por registrar a primeira obra para violão e sons eletrônicos escrita por um compositor brasileiro.

Nos projetos de criação individual que se seguiram, em paralelo ao seu trabalho com grupos como o Duo Nazario, o Percussônica e o Pau Brasil, Lelo buscou integrar a vanguarda a outros gêneros, além de investir pesado na incorporação de recursos tecnológicos.