Gaia Wilmer Sextet lança ‘Nosso carnaval’
“Nosso carnaval” é o nome do disco de estreia do grupo Gaia Wilmer Sextet, recém-lançado nas plataformas digitais, com 10 faixas. Ao lado da compositora e saxofonista Gaia Wilmer estão os músicos Maiara Moraes (flautas), Josué dos Santos (flauta e saxofones), Fábio Leal (guitarra), Fi Maróstica (baixo) e Cleber Almeida (bateria e percussão).
“Assim, juntando minha experiência como compositora, meu conhecimento de música brasileira e a profunda ligação dos músicos integrantes com as mesmas referências“.
“Morei bastante tempo fora do Brasil, porém nunca havia residido em São Paulo, onde vivo agora, mas, quando vinha ao Brasil, sempre passava por Sampa, cidade na qual tenho grandes amigas musicistas e onde há um cenário propício para a música instrumental.”
“Quando chegava a Sampa, acabava tocando sempre as mesmas músicas do grupo norte-americano, só que com os músicos paulistas. Eu já tinha vontade de montar um grupo em Sampa. Acabei vindo morar no Brasil pouco antes de começar a pandemia e resolvi falar com alguns músicos paulistas, contando a minha ideia. Então montei o grupo feliz da vida. Quando iam começar a rolar os shows, veio a pandemia e adiou os nossos planos.”
Repertório
A compositora assina todas as faixas do disco, exceto “Garrote” (Hermeto Pascoal) e “Quarta-feira de cinzas” (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes). O grupo se apresentou recentemente em BH, na programação do Savassi Festival.
“Isso está, de alguma maneira, em todos os trabalhos que faço. O octeto que tinha em Nova York, embora tocasse bastante coisa brasileira, acho até que pendia um pouquinho mais para o mundo jazzístico atual. E com esse sexteto que queria fazer e fiz em São Paulo, com músicos brasileiros, minha ideia era que ele pendesse mais para a música brasileira.” Ela observa, no entanto, que “esse não é um disco de forró, maracatu, choro, de nenhum desses gêneros, especificamente”.
“Às vezes, uso a flauta também. Não sou flautista, mas a uso bastante para compor. Acho que fico mais livre na flauta, talvez por não ser o meu instrumento.”
Antes de se tornar saxofonista, Gaia estudava relações internacionais.
A virada de sua carreira para a música foi casual.
“Sempre gostei bastante de música e, em certa época, em um intervalo de estudos de filosofia e escrevendo minha monografia, estava escutando o saxofonista norte-americano Paul Desmond (1924-1977). Naquela hora, me imaginei tocando, como se fosse ele. Pensei, de repente, podia até tentar tocar sax só de curtição mesmo, pois minha ideia era continuar fazendo relações internacionais e depois mestrado, doutorado, aquelas coisas”.
“Foi ela a minha mentora, minha mãe musical. E foi por causa dela que a minha vida mudou radicalmente.”