Lançamentos

Sol de Mehmari brilha na Esquina do Clube

Na Esquina do Clube com o Sol na Cabeça’ reúne duas excelências: o pianista, compositor, arranjador André Mehmari e o repertório do Clube do Esquina. Portanto, o resultado foi um dos mais criativos trabalhos realizados tendo por base a turma do Milton, Lô, Márcio, Toninho, Fernando, Beto, Nelson…que se reunia no cruzamento da Divinópolis com a Paraisópolis, no bairro de Santa Tereza. Para essa tarefa, André convocou seus parceiros do trio: Sérgio Reze na bateria e Neymar Dias no baixo. E da ‘árdua’ tarefa de escolher as músicas, foram escolhidas pérolas como ‘Paixão e Fé’, ‘Nascente’, ‘Um Girassol da Cor de Seu Cabelo’ e ‘Tudo Que Você Podia Ser / Trem Azul’, entre outras.

 

Wilson Garzon – Em 2008, você apresenta seu primeiro trabalho sobre o Clube: “Bia e Nino – Clube da Esquina‘. Ele foi dedicado ao público infantil. Como foi essa experiência? Inclusive você o apresentou no Savassi Festival, em Belo Horizonte.
André Mehmari – Sim, este projeto do clube piano solo para país e filhos foi uma decorrência natural do bem sucedido projeto com as musicas dos Beatles para a mesma série do selo MCD chamada MPBaby.  Embora tenha sido um projeto pensado para aproximar pais e filhos em torno da arte, aquele disco é pra todas as idades: afinal, sonhos não envelhecem, como diz o poeta e letrista do Clube Marcio Borges.

WG – Já o projeto de “Na esquina do Clube…“, quanto tempo levou da ideia até o lançamento? O conceito já estava definido ou você foi lapidando aos poucos?
AM – Eu toco essa música há pelo menos vinte anos. Lembro-me de fazer Paixão e Fé piano solo nas eliminatórias do prêmio Visa em 1998. Era um dos meus solos favoritos e continua sendo! Nos shows do André Mehmari Trio o repertório do Clube saltou como um veículo perfeito para a musicalidade do trio e as personalidades musicais de cada integrante. Portanto os arranjos que escrevi foram sendo lapidados e retrabalhados ao longo dos muitos shows. Recentemente senti que era o momento perfeito para a “colheita” dessa música e registrar tudo num lindo disco.

 


WG – Em relação ao repertório, a escolha das músicas contemplam quase a totalidade dos compositores do Clube. Era o seu propósito inicial ou apenas coincidência?
AM – Talvez tenha sido coincidência mas eu acho que a riqueza do Clube está mesmo na variedade estética e no convívio destas linguagens que cada compositor carrega: o pop do Lô, o jazz-bossa do Toninho, o experimental do Nelson Ângelo e por aí vai. Claro que o critério principal foi trazer músicas nas quais o trio pudesse lançar uma nova luz e sobretudo se divertir um bocado tocando! 

WG – O projeto de “Na esquina…” também conta com uma versão no formato vinil. Como foi essa experiência? Quantas unidades foram prensadas? E como serão disponibilizadas ao público?
AM – Estamos prestes a receber da fábrica 300 cópias em vinil. Eu sou um entusiasta do analógico e achei este projeto ideal para fazer meu primeiro vinil autoral. Estou ansioso para ouvir o resultado e acho que nossa gravação irá se beneficiar das idiossincrasias e do insuperável charme do vinil. Tenho distribuição mundial para o vinil e acredito que também venderemos em shows.

 


WG – Como está sendo a divulgação do trabalho? Pretende levá-lo a salas de teatro e festivais?
AM – Amanhã tocaremos no festival de Londrina no palco principal. Teremos também shows no festival Vermelhos em Ilha Bela e já tocamos em cidades como Recife e claro, Belo Horizonte, a “meca” do Clube da Esquina. Estamos no momento prospectando novos espaços para tocar e queremos levar para regiões norte e Nordeste também. 

WG – Que projetos você pretende  lançar nos próximos anos? Depois do sucesso da turnê nos USA, pretende repetí-la? E em relação a outros países?
AM – Ainda este ano lançarei mais dois discos importantes na minha produção. O duo Nosso Brasil com o bandolinista de choro Danilo Brito e “Música para Cordas de André Mehmari”. Este último, talvez o meu mais ambicioso projeto discográfico que sairá pelo selo Sesc. Toda minha obra para Cordas e solistas gravado no meu próprio estúdio contando com a fina flor dos músicos de cordas em São Paulo liderados pelo spalla da Osesp, Emmanuele Baldini

Sim, fizemos uma turnê especialíssima no início deste ano nos EUA e já estamos trabalhando para voltar ano que vem. O trio também tocou no Japão e como o disco também é lançado por lá provavelmente teremos shows na terra do Sol Nascente. 

 

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